terça-feira, 13 de março de 2012

Sobre a educação comunista



Camaradas: Há 20 anos, precisamente a 2 de outubro de 1920, Lênin pronunciou um discurso sobre a educação comunista do III Congresso da União das Juventudes Comunistas da Rússia. Dirigindo-se ao Komsomol, Lênin disse que era pouco provável que nossa geração, educada na sociedade capitalista, pudesse levar a cabo a edificação da sociedade comunista. Essa tarefa deveria tocar à juventude.
Pois bem: hoje, quando aplaudiam, recordei involuntariamente essas palavras e me ocorreu pensar que diante de mim encontram-se antigos jovens do Komsomol, essa geração a que se dirigia Lênin. E que esses jovens, já convertidos em adultos e com uma experiência da vida, participam ativamente da edificação socialista. E uno meus aplausos aos vossos para louvar especificamente a vós, os edificadores do socialismo.

Em nosso país se presta muita atenção à educação comunista. Não é em vão que a palavra “educação” se destaca nas colunas de nossa imprensa.
Não obstante, e pretendemos dar uma definição relativamente clara e concisa do que é em geral a educação, tropeçamos com dificuldades consideráveis. Não poucas vezes confunde-se a educação com o ensino. É claro que a educação tem muita semelhança com o ensino, mas de modo nenhum são sinônimos. Certos pedagogos autorizados consideram que a educação é um conceito muitos mais amplo que a instrução. A educação tem suas particularidades.
Em meu entender, a educação consiste em exercer uma ação determinada, sistemática e com um objetivo definido sobre a psicologia do educando, com o fim de inculcar-lhe as qualidades desejadas pelo educador. Parece-me que esta definição (que naturalmente não é obrigatória para ninguém) abarca em termos gerais tudo o que entendemos por educação, a saber: difundir uma determinada concepção do mundo, uma determinada moral e certas normas de convivência humana, forjar determinados traços do caráter e da vontade, criar certos hábitos e certos gostos, desenvolver determinadas qualidades físicas, etc.
A educação constitui umas das tarefas mais difíceis. Os melhores pedagogos a consideram tanto uma ciência como uma arte. Referem-se à educação escolar, que, está claro, é relativamente limitada. Mas além desta existe a escola da vida, na qual se verifica um processo ininterrupto de educação das massas, onde o educador é a própria vida, o Estado e o Partido, e o educando, milhões de pessoas adultas, diferentes umas das outras por sua experiência política. Essa educação é muito mais complicada.
Vou falar hoje precisamente dessa educação, da educação das massas.
Em seu livro Anti-Dühring Engels diz:
“… os homens, seja consciente ou inconscientemente, tiram suas idéias morais, em última instância, das condições práticas em que se baseia sua situação de classe: das relações econômicas em que produzem e trocam seus produtos… A moral tem sido sempre uma moral de classe; ou justificava a dominação e os interesses da classe dominante, ou representava, quando a classe oprimida se tornava bastante poderosa, a rebelião contra essa dominação e defendia os interesse do futuro dos oprimidos”.
Assim pois, na sociedade de classes nunca existiu nem pode existir uma educação que esteja à margem ou por cima das classes.
Na sociedade burguesa, está impregnada até a medula da hipocrisia e dos interesses egoístas das classes dominantes e tem um caráter profundamente contraditório, que reflete os antagonismos da sociedade capitalista.
O ideal dos capitalistas é que os operários e os camponeses sejam uns servos submissos que suportem sem protestar o jugo da exploração. Partindo dessas considerações, os capitalistas não quiseram desenvolver nos operários e camponeses o valor e a intrepidez, não quiseram dar-lhes a menor instrução, pois é mais fácil dominar gente atrasada e embrutecida. Mas com essa gente não se pode alcançar a vitória nas guerras de conquistas, e esse mesmo povo, sem conhecimentos elementares, não pode trabalhar máquinas. A concorrência entre os capitalistas, as condições de progresso técnico, a corrida armamentista, etc., por um lado, e por outro a luta dos operários e camponeses por sua instrução, obrigam a burguesia a proporcionar aos trabalhadores pelo menos algumas migalhas de conhecimentos; e as guerras de rapina a obrigam a inculcar-lhes valor, firmeza e outras qualidades perigosas para a burguesia.
Pois bem; apesar dessas contradições que, como já disse, residem na própria natureza da sociedade burguesa, as classes dominantes levam a cabo uma luta desesperada para subjugar as massas populares, utilizando para isso todos os meios, desde a repressão aberta até ao engano sutil.
Na sociedade burguesa, o trabalhador encontra-se, desde o berço até a sepultura, submetido à influência constante das idéias, sentimentos e hábitos que convêm à classe dominante. Essa influência se exerce por inúmeros canais e adquire às vezes formas mal perceptíveis. A Igreja, a escola, a arte, a imprensa, o cinema, o teatro e diversas organizações, tudo isso serve de instrumento para levar à consciência das massas a ideologia burguesa, sua moral, seus hábitos.
Tomemos, por exemplo, o cinema. Referindo-se às películas norte-americanas, um diretor cinematográfico burguês escreve:
“Muitas das películas modernas constituem uma espécie de narcótico destinado a pessoas que se acham tão fatigadas que só desejam sentar-se numa fofa poltrona e serem alimentadas a colheradinhas”.
Tal é a essência da educação burguesa.
A essa educação, elaborada durante séculos e destinada a fortalecer a posição da classe capitalista dominante e a conseguir que os oprimidos se resignem à sua situação, o Partido Comunista – o destacamento de vanguarda do proletariado – opõe seus princípios educativos dirigidos em primeiro lugar contra o domínio da burguesia e a favor da ditadura do proletariado.
A educação comunista difere radicalmente da educação burguesa não só no que diz respeito a seus objetivos, o que se compreende sem necessidade de demonstração, mas também por seus métodos. A educação comunista está indissoluvelmente ligada ao desenvolvimento da consciência política e da cultura geral e à elevação do nível intelectual das massas. Este é o objetivo visado por um Partido Comunista.
M. Kalinin
Informe pronunciado na cidade de Moscou em 2 de outubro de 1940
(Publicado no Jornal A Verdade, nº 87)

Fonte - A Verdade

Nenhum comentário:

Documentários e Vídeos

Intelectual da Ucrânia fala sobre as "repressões de Stalin"  ¡Stalin de acero, conciencia del obrero! O nome da Rússia: Stalin, por Valentin Varennikov 

Postagens populares