Ziuganov |
Há 70 anos, no dia 23 de agosto,
foi firmado o Pacto de Não Agressão germano -soviético, “graças ao qual a União
Soviética conseguiu vencer o fascismo”, afirmou o presidente do Comitê Central
do Partido Comunista da Federação Russa e líder da bancada comunista na Duma
(Congresso Nacional), Guen-nadi Ziuganov.
“José Stalin tomou a genial e única
decisão possível naquelas condições históricas, quanto à assinatura do acordo
de não agressão entre a URSS e Alemanha, que agora denominam pacto
Molotov-Ribbentrop”, disse Ziuganov, em entrevista às revistas “Rossia” e
“Politi-cheski klass”, de Moscou.
“Depois que a URSS não conseguiu
chegar a um acordo com as ‘democracias’ ocidentais para frear a Alemanha
fascista, essa medida sem precedentes foi adotada. Documentos publicados
recentemente confirmam, mais uma vez, que era a única decisão correta para nosso
país em umas condições em que os países do Ocidente incentivavam a maquinaria
militar hitlerista para avançar em direção à URSS, e eram necessários ao nosso
país, como o ar, mais uns anos de respiro em paz para poder resolver as
inadiáveis tarefas de fortalecimento da capacidade defensiva”, ressaltou o
dirigente do PCFR.
“A sabedoria do político é uma
questão fundamental. Quero sublinhar outra vez, que a decisão de fechar o pacto
é uma das geniais decisões tomadas então e, o que não é casual, que hoje em dia
lembrem dela todos os inimigos da Rússia e de nosso povo”, disse, advertindo
que, “se o fascismo tivesse conseguido o que queria teria cercado toda a Europa
de arames farpados, exterminando povos inteiros”.
Têm tentado recentemente
reabilitar a campanha de falsificações sobre o Pacto de Não Agressão, iniciada
praticamente em 1939, acusando o país que foi a força chave para a derrota do
fascismo de ter colaborado com Hitler, sendo também responsável pelo início da
II Guerra.
“Ao alcançar o acordo, Stalin
ganhou a batalha pelo espaço e o tempo, transformando-se numa das garantias de
nossa futura grande vitória em 1945”, assinalou Ziuganov, denunciando que o
objetivo da campanha era e é manchar o prestígio e o papel de proa da URSS em
todo o mundo obtido pelo heróico comportamento do povo soviético em Leningrado,
Moscou, Stalingrado, Odessa, Minsk, Kursk, Brest, Kharkov, Smolensk, Tula,
Kiev, Sebastopol e muitas outras batalhas contra Hitler e em defesa da
Humanidade.
“Os serviços de
contra-inteligência exterior soviéticos, conseguiram - em mais de uma ocasião -
provas documentais, de que os Estados Unidos e uma série de países da OTAN se
fixaram - e vêm desde há muitos anos colocando em prática - uma tarefa:
conseguir por todos os meios que a União Soviética seja vista como Estado
agressor, ou pelo menos, cúmplice ativo de Hitler na realização de suas
aspirações e planos expansionistas na Europa e no mundo”, relatou Ziuganov.
“Isso explicaria a reanimação de
momento da campanha anti-russa em relação com o 70º aniversário do Pacto
Molotov-Ribbentrop, em particular a recente e tristemente célebre resolução da
assembléia parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa
(OSCE): ‘Reunificação da Europa dividida: violação dos direitos humanos e as
liberdades civis na região da OSCE no século XXI’. Instando a declarar o dia 23
de agosto, ou seja o dia da assinatura há 70 anos do pacto Molotov-Ribbentrop,
dia em memória das vítimas do stalinismo e do nazismo, a OSCE na prática
declara a Alemanha e a URSS responsáveis no mesmo grau pelo começo da Segunda
Guerra Mundial”, frisou o dirigente comunista.
O PCFR encabeçando a maioria dos
partidos do país, o governo russo, e cerca de 70 partidos comunistas e
progressistas de todo o mundo condenaram essa resolução da OSCE.
Em 1948, o Ministério de Relações
Exteriores da URSS, em resposta à campanha promovida pelos setores
imperialistas nos EUA a respeito do Pacto de Não Agressão assinado com a
Alemanha em 1939, emitiu o documento “Nota sobre os falsificadores da
História”, rico em informações que não podem ser desmentidas. A mídia
imperialista, não podendo responder a ele, resolveu escondê-lo. O HP publicou,
nas edições 2783 e 2784 do mês de julho passado, os principais trechos.
Fonte - A Hora do Povo
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