domingo, 11 de setembro de 2011

Ziuganov: “acordo Molotov-Ribbentrop permitiu à URSS vencer o fascismo”

Ziuganov

Há 70 anos, no dia 23 de agosto, foi firmado o Pacto de Não Agressão germano -soviético, “graças ao qual a União Soviética conseguiu vencer o fascismo”, afirmou o presidente do Comitê Central do Partido Comunista da Federação Russa e líder da bancada comunista na Duma (Congresso Nacional), Guen-nadi Ziuganov.

“José Stalin tomou a genial e única decisão possível naquelas condições históricas, quanto à assinatura do acordo de não agressão entre a URSS e Alemanha, que agora denominam pacto Molotov-Ribbentrop”, disse Ziuganov, em entrevista às revistas “Rossia” e “Politi-cheski klass”, de Moscou.

“Depois que a URSS não conseguiu chegar a um acordo com as ‘democracias’ ocidentais para frear a Alemanha fascista, essa medida sem precedentes foi adotada. Documentos publicados recentemente confirmam, mais uma vez, que era a única decisão correta para nosso país em umas condições em que os países do Ocidente incentivavam a maquinaria militar hitlerista para avançar em direção à URSS, e eram necessários ao nosso país, como o ar, mais uns anos de respiro em paz para poder resolver as inadiáveis tarefas de fortalecimento da capacidade defensiva”, ressaltou o dirigente do PCFR.

“A sabedoria do político é uma questão fundamental. Quero sublinhar outra vez, que a decisão de fechar o pacto é uma das geniais decisões tomadas então e, o que não é casual, que hoje em dia lembrem dela todos os inimigos da Rússia e de nosso povo”, disse, advertindo que, “se o fascismo tivesse conseguido o que queria teria cercado toda a Europa de arames farpados, exterminando povos inteiros”.

Têm tentado recentemente reabilitar a campanha de falsificações sobre o Pacto de Não Agressão, iniciada praticamente em 1939, acusando o país que foi a força chave para a derrota do fascismo de ter colaborado com Hitler, sendo também responsável pelo início da II Guerra.

“Ao alcançar o acordo, Stalin ganhou a batalha pelo espaço e o tempo, transformando-se numa das garantias de nossa futura grande vitória em 1945”, assinalou Ziuganov, denunciando que o objetivo da campanha era e é manchar o prestígio e o papel de proa da URSS em todo o mundo obtido pelo heróico comportamento do povo soviético em Leningrado, Moscou, Stalingrado, Odessa, Minsk, Kursk, Brest, Kharkov, Smolensk, Tula, Kiev, Sebastopol e muitas outras batalhas contra Hitler e em defesa da Humanidade.

“Os serviços de contra-inteligência exterior soviéticos, conseguiram - em mais de uma ocasião - provas documentais, de que os Estados Unidos e uma série de países da OTAN se fixaram - e vêm desde há muitos anos colocando em prática - uma tarefa: conseguir por todos os meios que a União Soviética seja vista como Estado agressor, ou pelo menos, cúmplice ativo de Hitler na realização de suas aspirações e planos expansionistas na Europa e no mundo”, relatou Ziuganov.

“Isso explicaria a reanimação de momento da campanha anti-russa em relação com o 70º aniversário do Pacto Molotov-Ribbentrop, em particular a recente e tristemente célebre resolução da assembléia parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE): ‘Reunificação da Europa dividida: violação dos direitos humanos e as liberdades civis na região da OSCE no século XXI’. Instando a declarar o dia 23 de agosto, ou seja o dia da assinatura há 70 anos do pacto Molotov-Ribbentrop, dia em memória das vítimas do stalinismo e do nazismo, a OSCE na prática declara a Alemanha e a URSS responsáveis no mesmo grau pelo começo da Segunda Guerra Mundial”, frisou o dirigente comunista.

O PCFR encabeçando a maioria dos partidos do país, o governo russo, e cerca de 70 partidos comunistas e progressistas de todo o mundo condenaram essa resolução da OSCE.

Em 1948, o Ministério de Relações Exteriores da URSS, em resposta à campanha promovida pelos setores imperialistas nos EUA a respeito do Pacto de Não Agressão assinado com a Alemanha em 1939, emitiu o documento “Nota sobre os falsificadores da História”, rico em informações que não podem ser desmentidas. A mídia imperialista, não podendo responder a ele, resolveu escondê-lo. O HP publicou, nas edições 2783 e 2784 do mês de julho passado, os principais trechos.

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