domingo, 14 de agosto de 2011

Stálin, psicopata?



"Além disso, sob situações de stress, tais como em guerras, pobreza geral e quebra da economia, surtos epidêmicos ou brigas políticas, etc., os sociopatas podem adquirir o status de líderes regionais ou nacionais e sábios, tais como Adolf Hitler, Stalin, Saddam Hussein, Idi Amin, etc. Quando eles alcançam posições de poder, eles podem causar mais danos do que como indivíduos."

Este é um trecho do texto "O Cérebro do Psicopata" de Renato M.E. Sabbatini, autor que por sua vez ostenta o título de PhD, mas como veremos a seguir tal nível acadêmico não o torna imune ao senso comum e a truísmos preconceituosos. Ao citar Stalin como sociopata, Sabbatini reflete a concepção de alguns autores que, provavelmente tendo em conta "atos maldosos de Stálin"(estes não serão debatidos aqui), concluem que Stálin era um sociopata, inclusive desenvolvendo trabalhos em cima disto. Esse tipo de esforço é pura especulação(além de inútil para ciência histórica), ainda mais na ausência de qualquer laudo médico sobre a saúde mental de Stálin. R. Overy em seu livro Dictators reafirma o caráter especulativo e irrelevante desses esforços, optando por dizer que não é possível saber. Mas, observando certos fatos podemos afirmar com certeza que Josef Stálin não era um sociopata. Vejamos dois trechos sobre as reações de Stálin para com a morte de suas mulheres, uma durante a clandestinidade e outra nos anos do poder(casos que podem ser verificados em outras obras):

(em "Stálin", Dorothy e Thomas Hoobler, Nova Cultural, 1987)

Stálin parece tê-la amado muito e, quando Ekaterina moreu ainda muito jovem, em 1907, disse consternado, ao lado do caixão: "Ela era a única criatura que conseguia entender meu coração. Com ela, morreu uma parte importante da minha vida". Apontou para o próprio coração e continuou: "Está tudo vazio aqui, tudo absolutamente vazio... é impossível dizer o quanto..." (pg.20)

A morte de Nadezheda parece ter abalado o equilíbrio emocional de Stálin, durante algum tempo. Em uma reunião do Politburo, ele repentinamente começou um discurso em que renunciava a todos os cargos que ocupava, criando para os companheiros da cúpula do partido uma situação de espanto e constragimento. Para fazê-lo voltar à razão, um dos presentes: Vyacheslav Molotov, gritou: "Para com isso! Pare, imediatamente! O partido está ao seu lado!" (pgs.55-56)

Outro exemplo seria a ocasião em que ele salvou a sua futura mulher(que ainda era um bebê) e podemos encontrar milhares de exemplos nas memórias de sua filha. Esse tipo de reação emocional, apego e consideração para com outras pessoas são características inexistentes num psicopata. Psicopatas não tem emoções e o próprio Sabbatini dedica uma seção do seu texto para falar sobre isso, "Emocionalmente Insensíveis". Esses são dois exemplos que demonstram que, independente do julgamento moral feito acerca de supostas ações de Josef Stálin, ele certamente não portava o transtorno de personalidade antissocial.



Fonte - Realpolitik

4 comentários:

Revistacidadesol disse...

Camaradas: sugiro um artigo desmistificando o horrível filme dos anos 90 feito por Hollywood sobre Stálin, cheio de mistificações e, supostamente, escrito com base nas memórias da Svetlana. Seria importante investigar: a mulher de Stálin se suicidou? Por que? Qual a relação dele com a filha Svetlana?

Abs!

Acervo do Conhecimento Histórico disse...

Camarada, é uma ótima ideia, iremos fazer sim esse artigo.

Saudações

Apenas Alguém disse...

Ele tinha transtorno de personalidade paranóide

Unknown disse...

Texto raso!!! Psicopatas podem se apegar sim e se apaixonar sim!!! Mas nao é da mesma maneira que as pessoas que nao possuem o transtorno antisocial!!! A exemplo temos Teddy Bund e tantos outros que foram terrivelmente apaixonados por uma mulher. Afirmar qur Stalin nao era psicopata porque nao houve um laudo médico é desonestidade dado o período em que ele viveu e falta de entensimento sobre a psicopatia na época!!!

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