Comunistas russos manifestaram-se hoje na Praça Vermelha em Moscou e depositaram flores no túmulo do revolucionário Josef Stálin, falecido em 5 de março de 1953. “Não existe outra figura que provoque um interesse tão grande e uma tal onda de emoções. Nem sequer Lênin, o mais clássico dos comunistas, provoca debate tão intenso", declarou Daria Mitina, conhecida militante comunista, à rádio Eco de Moscou.
"A bandeira de Stálin será erguida tanto por pessoas idosas, como por jovens", acrescentou.
Guennadi Ziuganov, atual dirigente do Partido Comunista, declarou o carismático líder revolucionário pegou a Rússia com um arado de madeira e deixou-a com força poderosa da União das Repúblicas Socialistas Soviética, uma potência econômica, política e tecnológica.
Abaixo, uma pequena biografia de Stálin
Da Problemas, revista mensal de cultura política, nº 5, dezembro de 1947
Stálin é o genial teórico e guia do proletariado mundial, grande companheiro de armas e amigo de Lénin, continuador da doutrina e da causa de Marx, Engels e Lénin. Nasceu a 21 de dezembro de 1879, no povoado de Gory, província de Tiflis. Seu pai, camponês de origem, mas sapateiro de profissão, foi posteriormente operário de uma fábrica de calçados.
Stálin entrou para o movimento revolucionário aos 15 anos, ligando-se aos grupos clandestinos dos marxistas russos que atuavam na Transcaucásia e, em 1889, tornou-se membro da organização de Tiflis do Partido Operário Social Democrata Russo.
No grupo "Mesame-Dasy", primeira organização social-democrata georgiana, Stálin, juntamente com Ketzjoveli e Tsulukidze, representava a corrente do marxismo revolucionário, opondo-se à maioria oportunista do "Mesame-Dasy". Nesse tempo já era Stálin um marxista formado e pregava magistralmente a teoria marxista entre Os círculos operários. Devido à propaganda do marxismo foi expulso do Seminário.
Desenvolvendo sua atuação revolucionária, Stálin manifestou-se logo ardente partidário da "Iskra" leninista. Por sua iniciativa e de Ketzjoveli começou-se a editar o primeiro periódico social-democrata georgiano ilegal "Brdsola" ("Luta").
Em 1901, Stálin foi eleito membro do Comitê de Tiflis do P.O.S.D.R., por cujo cargo, pouco depois mudou-se para Batum, onde se pôs em contacto com os operários avançados, criou e dirigiu círculos, instalou uma imprensa ilegal; escrevia volantes, dirigia as greves nas fábricas de Batum e, a 9 de março de 1902, organizou a famosa demonstração política dos operários de Batum. A 5 de abril do mesmo ano, Stálin foi preso e recolhido ao cárcere de Batum e, em fins de novembro de 1903, condenado a 3 anos de desterro, na Sibéria Oriental, na aldeia de Novaia Uda, do distrito de Balagan, província de Irkutsk.
Nem no cárcere, nem no desterro suspendeu Stálin sua atividade revolucionária. Em 1903, no desterro, recebeu ele a primeira carta de Lénin.
Depois de sua fuga do desterro, despendeu Stálin grande energia para realizar o plano leninista de construir um partido marxista de novo tipo e travou uma luta tenaz contra os menchevistas e os que se conciliavam com eles.
Em dezembro de 1904, Stálin dirigiu a grandiosa greve dos operários de Bakú, que foi "às vésperas da grande tempestade revolucionária, como o raio que precede à tormenta." (História do P. C. (b) da (U.R.S.S., Compêndio). Ao mesmo tempo que realizava um imenso trabalho na imprensa, organizou, em plena justeza com a linha de Lénin, a luta pelo III Congresso. Criou o periódico "Luta do Proletáriado", órgão da Federação Caucasiana do P.O.S.D.R., que apareceu em três idiomas: russo, georgiano e armênio. Lénin tinha em grande conceito este periódico. Em alguns de seus trabalhos: "Como a social-democracía entende o problema nacional?", "A classe dos proletários e o partido dos proletários", "Alguma cousa sobre as divergências no Partido", e no artigo "Resposta a um social-democrata" — do que Lénin escrevia, que "dá uma noção formidável do problema sobre a famosa "introdução da consciência desde fora" — Stálin intervém em defesa dos princípios ideológicos e organizativos leninistas do Partido de novo tipo.
Durante os anos da primeira revolução russa (1905-1907), Stálin dirige a luta dos bolchevistas da Transcaucásia com estratégia e a tática leninista, contra os menchevistas, os social-revolucionários, e os partidos nacionalistas pequeno-burgueses.
Em dezembro de 1905, Stálin é delegado dos bolchevistas transcaucasianos à I Conferência bolchevista de toda a Rússia, em Tammerfors (Finlândia). Ali, pela primeira vez, conheceu pessoalmente Lénin.
Em uma série de artigos de 1905 e, particularmente nos intitulados "A insurreição armada e nossa tática" e "A reação cresce", bem como em "Anotações de um delegado", escritos por Stálin após seu regresso do V Congresso (Londres), faz Stálin, magistral defesa das posições táticas do bolchevismo. Em 1906-1907, sob um único título de "Anarquismo ou Socialismo", foram publicados os artigos de Stálin dedicados à defesa e a ulterior elaboração dos fundamentos da concepção filosófica do partido marxista: o materialismo dialético e o materialismo histórico.
Durante os anos da reação depois da derrota da revolução de 1905-1907, Stálin sustentou um imenso trabalho para a construção e consolidação da organização ilegal do Partido e para a preparação do novo ascenso revolucionário. O centro de sua atuação nesse período era Bakú, onde organizou com êxito a luta pela conquista das massas operárias sob a bandeira do bolchevismo e pelo esmagamento dos menchevistas das regiões operárias.
Em 25 de março de 1908, Stálin foi detido e, depois de oito meses de prisão, foi deportado por dois anos para a província de Vologod, em Solvichegodsk. Mas a 24 de junho de 1909 fugiu do desterro e regressou a Bakú, para o trabalho ilegal. A 23 de março de, 1910, foi outra vez detido e após seis meses de cárcere, desterrado de novo para Solvichegodsk. No verão de 1911, Stálin fugiu novamente do desterro para Petersburgo (hoje Leningrado), onde sustentou a luta contra os liquidacionistas e os trotskistas, unindo e consolidando a organização bolchevista. A 9 de setembro de 1911, foi preso e deportado para a província de Vologod. A Conferência do Partido de toda a Rússia, celebrada em Praga, que expulsou os menchevistas do Partido e fundamentou a existência autônoma do Partido Bolchevique, e, sob proposto de Lénin, elegeu Stálin, ausente, membro do C. C. e criou o Bureau Russo do C. C, cuja direção foi entregue a Stálin.
A 29 de fevereiro de 1912, fugindo do desterro de Vologod, Stálin visitou por determinação do C. C. as regiões mais importantes da Rússia, preparou o 1° de Maio desse ano, escreveu o conhecido manifesto do C. C. para o 1° de Maio, dirigiu o periódico "Estrela". Sob sua direção, preparou-se o primeiro número do periódico "Pravda" que foi criado por sua iniciativa, de acordo com as indicações de Lénin. Mas a tarefa de Stálin, sempre perseguido pela polícia tzarista foi pouco depois interrompida novamente por outra prisão, que teve lugar a 22 de abril de 1912. No cárcere permaneceu recluso vários meses, ao cabo dos quais foi deportado para o território de Narim, por três anos, Em 1° de setembro de 1912, Stálin fugiu do desterro e regressou a Petersburgo, onde dirigiu os periódicos "Estrela" e "Pravda", e a atividade dos bolchevistas na campanha eleitoral à V Duma do Estado, intervindo nos motins operários. Escreveu o famoso "Mandato dos Operários de Petersburgo a Seu Deputado Operário", que Lénin qualificou como um documento "sumamente importante". Todo o trabalho de Stálin se realizou em estreito contacto com Lénin.
Em 1912-1913, Stálin escreveu sua obra "O Marxismo e o Problema Nacional", sobre o qual Lénin escrevia que na literatura teórica marxista, dedicada ao problema nacional, "em primeira linha... se destacam os artigos de Stálin."
A 23 de fevereiro de 1913, Stálin foi novamente preso e desterrado por quatro anos para o território de Turujan. Mas também, neste longínquo desterro, Stálin resolve de uma maneira leninista todos os problemas essenciais da guerra, da paz e da revolução. Em dezembro de 1916 foi êle transferido para Krasnoiarsk e depois para Achinsk, onde recebeu a notícia da revolução de fevereiro e de onde marchou para Petrogrado. Em uma série de artigos, Stálin expôs aos bolchevistas, as tarefas traçadas, defendeu a política de desconfiança ao Governo Provisório, manifestou-se contra o espírito de defensiva, chamando-os à luta ativa contra a guerra imperialista e contra o oportunismo.
Em Petrogrado, Stálin, junto com Lénin, ao regressar este do exílio, dirigiu a luta dos bolchevistas na nova etapa histórica.
Na Conferência de Abril, traçaram ambos a orientação da luta pela transformação da revolução democrático-burguesa em revolução socialista, lutando contra a posição traidora de Kamenev, Rikov e Bukharin. Nessa Conferência, Stálin como informante, interveio sobre o problema nacional. Em maio de 1917 foi Stálin eleito membro do Bureau Político do C.C., criado então, tendo sido reeleito, invariavelmente desde aquela época. O período que corre da revolução democrático-burguesa de Fevereiro à Grande Revolução Socialista de Outubro foi o de mais intensa atividade para Stálin. Sob sua direção, por indicação indicação de Lénin, foi realizada a tarefa do VI Congresso, que orientou o Partido à insurreição armada, até a revolução socialista. Neste Congresso, Stálin protestou energicamente contra a proposta traidora de Kamenev, Rikov e Trotski sobre o comparecimento de Lénin ao tribunal da contra-revolução. O VI Congresso apoiou a opinião de Stálin e a vida de Lénin foi salva. Desmascarou ainda, nesse Congresso, aos trotskistas que apresentaram teses contra-revolucionárias, da impossibilidade do triunfo do socialismo na URSS.
Nas sessões históricas do C.C. do Partido de 10 a 16 de outubro, Stálin interveio contra Kamenev e Zinoviev, defendendo a resolução apresentada por Lénin sobre a insurreição armada. Stálin encabeça a chapa eleita pelo Comitê Central para dirigir a insurreição, e sob sua direção, foi elaborado o plano da mesma. Junto com Lénin foi o organizador da Grande Revolução Socialista de Outubro. Vitoriosa, a Revolução fez parte do primeiro Conselho de Comissários do Povo, dirigido por Lénin.
A nova etapa na história do Partido Comunista (b), começando desde o advento dos bolchevistas ao Poder, está relacionada com as novas páginas, extraordinariamente luminosas da atuação de Stálin como organizador das vitórias nas frentes de batalha durante a guerra civil, como teórico do Partido e dirigente de povos, como grande estadista e genial transformador do país.
Desde os primeiros dias de existência do Governo Soviético, ocupou Stálin os cargos de maiores responsabilidades no Estado, exercendo já no primeiro Conselho de Comissários do Povo o cargo de Comissário de Assuntos das Nacionalidades, e, desde 1919, também o de Comissário do Povo do Controle do Estado.
Nos dias de Brest-Litovski atuou com Lénin contra os traidores Trotski e Bukharin, defendendo a paz a fim de consolidar a República Soviética.
Excepcionais são os méritos de Stálin na criação e construção do Exército Vermelho e na organização do esmagamento dos intervencionistas e da contra-revolução interna durante os anos da guerra civil. Ao nome de Stálin estão ligados os triunfos do Exército Vermelho em todas as frentes decisivas: a defesa de Tsaritsin, a derrota de Koltchak e de Denikin, realizada plenamente dentro do plano proposto por ele, a defesa de Petrogrado (Leningrado), a vitória sobre os "panis" polaco e a destruição de Wrangel.
Em 1919, por proposta de Lénin, foi condecorado com a ordem da Bandeira Vermelha, devido à sua abnegação às lutas das frentes, durante a guerra civil. Em 1922, por indicação de Lénin, Stálin foi eleito Secretário Geral do Comitê Central do Partido Comunista (bolchevique) da URSS e desde essa época ocupa esse cargo.
Grandes são os seus méritos na criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. A decisão histórica adotada sobre a formação da URSS foi proposta de Lénin e Stálin (30 de dezembro de 1922 no I Congresso dos Soviets de toda a Rússia). Depois da morte de Lénin (21 de janeiro de 1924), o núcleo leninista do Comitê Central, e todo o Partido Bolchevista se unem em torno de Stálin, o mais fiel e firme continuador da obra de Lénin, Em nome do Partido Bolchevista, Stálin jurou sobre a tumba de Lénin seguir os seus ensinamentos e cumprir seus legados.
Sustentando uma luta tenaz contra os trotskistas, Stálin uniu o Partido sob a bandeira do leninismo. Excepcional importância tem o livro de Stálin, publicado em 1924, "Sobre os Fundamentos do Leninismo", que é uma magistral exposição e uma fundamentação teórica muito séria do leninismo, que armou e continua hoje armando aos bolchevistas do mundo inteiro com a arma aguçada da teoria marxista-leninista" (História do P. C. (b) da URSS, Compêndio). No esmagamento do trotskismo teve grande importância o trabalho de Stálin publicado no mesmo ano, "A Revolução de Outubro e a Tática dos Comunistas Russos", dando uma síntese teórica das experiências da Grande Revolução Socialista de Outubro. Nesse trabalho, continua Stálin desenvolvendo a teoria leninista da possibilidade do triunfo do socialismo na URSS, examinando os dois aspectos deste problema: o das condições internas que dão a possibilidade de construir a sociedade socialista na URSS e o das condições externas, das quais depende a vitória definitiva do socialismo na URSS. E Stálin não só deu uma fundamentação teórica completa da possibilidade do triunfo do socialismo na URSS como também traçou os caminhos e meios para alcançá-lo. Stálin desenvolveu as idéias de Lénin sobre a industrialização socialista do país e a coletivização da economia rural, elaborando os planos concretos para tão gigantesca tarefa. E defendeu a idéia da industrialização e da coletivização, dentro de uma luta resoluta contra os trotskistas e bukarinistas que resistiam furiosamente à política do Partido. Sob a direção de Stálin, o Partido conseguiu, porém, criar com êxito as bases da economia socialista. Em fevereiro de 1930, foi Stálin, por propostas dos operários e camponeses, condecorado com a segunda ordem da Bandeira Vermelha, por seus grandes méritos à frente da edificação socialista.
Stálin é o criador da Constituição da sociedade socialista, cuja fundamental importância está esboçada claramente no seu informe ao VIII Congresso Extraordinário dos Soviets da URSS A nova Constituição da URSS era a expressão pura de que a URSS entrara numa nova fase de seu desenvolvimento, a fase do término da construção da sociedade socialista sem classe e de que caminhava paulatinamente até ao comunismo. Estas conquistas de significação histórica universal, que tornaram o socialismo uma realidade viva, foram alcançadas sob a direção de Stálin.
O Compêndio de História do PC (b) da URSS, publicado por iniciativa de Stálin e com sua participação direta, teve um grande papel na educação ideológica dos quadros do Partido e do Estado e enriqueceu o Partido com as experiências genialmente sintetizadas de toda a sua riquíssima história. O trabalho "Sobre o Materialismo Dialético e o Materialismo Histórico", escrito por Stálin para essa História, eleva a um novo grau superior o materialismo dialético. De acordo com a nova fase de desenvolvimento que se iniciava na URSS, Stálin expôs, em seu informe ao XVIII Congresso do PC (b) da URSS o grandioso programa da luta pela realização da passagem gradativa para a fase superior do comunismo; planejou a tarefa de igualar e superar nos próximos 10 a 15 anos, inclusive economicamente, aos países capitalistas mais adiantados; fundamentou a possibilidade de construir o comunismo na URSS, nas condições do cerco capitalista; continuou o desenvolvimento da teoria de Marx, Engels, Lénin sobre o Estado. Stálin em seus trabalhos teóricos desenvolveu e propagou todos os princípios integrantes do marxismo-leninismo: a filosofia, a economia política, o comunismo científico. Enriqueceu ainda o materialismo dialético e o materialismo histórico com uma síntese filosófica da gigantesca prática histórica dos fins do século XIX e a primeira metade do século XX, com a síntese das extraordinárias experiências dos muitos anos de luta do Partido Bolchevista. Excepcionalmente grande é a contribuição de Stálin à teoria leninista sobre o imperialismo e sobre a possibilidade do triunfo do socialismo em um só país e a impossibilidade de seu triunfo simultaneamente em todos os países. Analisou profundamente as novas formas de luta de classes, engendradas na época da ditadura proletária, assinalou com a sua atuação um genial modelo de direção da política exterior do Estado Socialista nas condições do cerco capitalista, armou o Partido com o conhecimento das leis da luta política, da construção do comunismo. Stálin desenvolveu a teoria leninista no Partido, descobriu as leis que regem seu desenvolvimento interno; elevou cada vez mais a idéia de Lénin sobre a democracia interna do Partido, sobre o papel e o significado dos seus quadros; aprofundou a ciência leninista sobre a direção das massas, sobre as relações do Partido com o povo.
No seu 60.° aniversário, por deliberação dos povos da URSS, o Presidium do Soviet Supremo da URSS concedeu a Stálin o título de Herói do Trabalho Socialista com a entrega do Ordem de Lénin, pelos seus excepcionais e inestimáveis méritos aos povos da União Soviética e à humanidade trabalhadora.
Fonte - O outro lado da noticia
Um comentário:
Grande!!!!!! Um vencedor!!! O maior político de todos os tempos!
Postar um comentário