segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

URC - Nota sobre os acontecimentos na Ucrânia



Em manifestação reunida ontem na praça da independência de Kiev, na Ucrânia, contra a rejeição a um pacto da UE pelo governo de Viktor Yanukovitch, um grupo, de aproximadamente trinta homens encapuzados lança mão de uma corda para levar ao chão o monumento em homenagem a Lênin. 

Os homens que perpetraram a ação pertencem ao partido de oposição, Svoboda (liberdade). Eles se autodenominam nacionalistas. Esses “nacionalistas” ucranianos derrubaram a estátua do homem que simbolizou a liberação da Ucrânia da dominação do II Reich alemão e criou o regime social que, anos mais tarde, libertaria o mesmo país do domínio hitleriano, isso em uma manifestação pela adesão da Ucrânia ao domínio neocolonial da famigerada União proto-fascista Europeia. O partido do Svoboda é na verdade uma organização nazi-fascista, cujo principal ideólogo, Yuriy Myhalchyshym, reivindica o legado teórico de notórios fascistas. As acusações de neonazismo contra essa falange já apareceram mesmo em grandes jornais da imprensa internacional. Porém, agora que um pequeno grupo composto de não mais de trinta homens volta sua ação violenta contra uma dos maiores símbolos do comunismo, toda imprensa burguesa cria em torno disso uma imensa badalação. Diferente do que ocorre em outros países como o Brasil, por exemplo, onde os mascarados são perseguidos não só pelo Estado, mas também pela imprensa, que os acusa de ser um grupo de vândalos em contraposição aos manifestantes pacíficos, os “mascarados” ucranianos são apresentados como legítimos porta-vozes da opinião do povo ucraniano. Em sua cobertura os meios burgueses querem fazer crer que todas as pessoas que tomaram parte na manifestação desse domingo comungam da ideologia anticomunista. Eles menosprezam o perigo que representa a propagação por esses grupos de sua ideologia fascista entre uma parcela mais ou menos extensa da sociedade ucraniana, através de uma hipócrita retorica nacionalista, que em realidade está em contradição com o verdadeiro projeto patriótico de manutenção das boas relações com a Rússia e oposição aos pacotes econômicos da UE e a abertura de mercado para o Euro. Política indispensável para a manutenção da soberania nacional ucraniana, a defesa dos direitos sociais dos trabalhadores e a segurança da região. 

Mas o fenômeno mais curioso nessa história é como agora os liberais, que investem milhões em propaganda para equiparar fascismo e comunismo, hoje se riem de felicidade pelo ato perpetrado por um grupo de "nacionalistas" (leia-se continuadores do colaborador Nazi Stephan Bandera) ucranianos. Essa é uma velha aliança. São esses políticos liberais da Europa ocidental que estão por trás das perturbações políticas recentes naquele país, inclusive tomando parte direta nas manifestações. Já passaram pela praça da independência o ministro das relações exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, o ex-presidente grego Saakashvili, e chefes da diplomacia de outros países. Esses representantes da UE violam assim a princípio da não-ingerência e estimulam o fascismo, tudo em nome do lucro-máximo dos oligopólios euro-ocidentais.
Esse episódio mostra como o avanço da dominação imperialista está em estreita relação com a escalada do fascismo. A última crise econômica vivida pelo capitalismo teve como resultado o desencadear de mais uma ofensiva geral do imperialismo sobre os povos do mundo. Hoje o imperialismo lança intervenções armadas contra vários países, financia a subversão contra governos independentes que não se resignam com a perda de sua soberania e os ditames do capital financeiro, removem direitos trabalhistas nas metrópoles e quer cravar definitivamente suas garras sobre as periferias do capitalismo. O produto último desse processo é a mais nova aliança entre imperialismo e fascismo selada hoje na Ucrânia. Por sinal, não é um fato notável que em todos os países que a União Europeia absorva ou tente absorver o fascismo seja um fenômeno ascendente?

Que a espúria aliança entre o imperialismo da UE e o nazi-fascismo do Svoboda tenha centrado seu ódio na imagem de Lênin, um homem que morrera há quase noventa anos, é algo que só pode alegra a todos os leninistas. Afinal, que pode engrandece mais a imagem já colossal deste homem que despertar a cólera da pior escoria da sociedade atual? Mas o risco desse fenômeno não pode ser menosprezado. Um espectro ronda a Europa. Mas esse nada tem em comum com aquele anunciado pelo manifesto comunista. Não é fruto da luta revolucionária das massas trabalhadoras, mas a reação mais desapiedada a essa. E esse espectro é da inteira responsabilidade da ditadura do grande capital financeiro internacional e de sua mais recente crise geral. Os povos, que assim como os gregos e ucranianos, veem renascer com mais intensidade esse cadáver mal cheiroso devem consolidar uma sólida aliança popular em torno da classe operária. Aos povos de todos os países do mundo cabe manter firme a solidariedade com os países vítimas da ascensão fascista. A todos travar a luta sem quartel contra a ofensiva política, ideológica e militar da famigerada aliança imperial-fascista. 

UNIÃO RECONSTRUÇÃO COMUNISTA
São Paulo, 09 de dezembro de 2013

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