Milhares de pessoas comemoraram em Londres, em Glasgow e outras partes da Grã Bretanha a morte de Margareth Thatcher, a Dama de Ferro do neoliberalismo, das privatizações, do favorecimento à City londrina e da pilhagem dos direitos do povo inglês. A ex-primeira-ministra morreu aos 87 anos de idade. “The bitch is dead”, dizia um enorme cartaz, resumindo os sentimentos da população diante da falecida. Já está convocada uma nova festa para sábado, na Trafalgar Square.
Grupos se reuniram nas praças, aos gritos de “ela está morta”, bebendo champagne, vinho e cerveja, em sinal de júbilo. No começo da noite 199 mil pessoas já haviam “curtido” o site intitulado “Thatcher já está morta?”, que estampava um enorme “SIM”, e tinha até trilha sonora para fazer a festa.
Na porta da casa dela, foi deixada uma garrafa de leite, uma referência ao corte que ela determinou do leite distribuído às crianças nas escolas primárias, quando era ministra da educação em 1970. “Thatcher em si representa muito do que o povo odeia que aconteceu na Grã-Bretanha nos últimos 20, 30 anos”, disse o designer gráfico Ben Windsor, de 40 anos.
Um ex-líder dos mineiros no nordeste da Inglaterra, David Hopper, afirmou que “é meu aniversário de 70 anos e este é um dos melhores dias da minha vida”. Ele acrescentou que “Thatcher fez mais mal ao nordeste do que qualquer outra pessoa. Não se trata apenas das minas de carvão. Ela destruiu os sindicatos. Ela dizimou a indústria, destruiu a nossa comunidade”, assinalou o líder sindical, lembrando que 230 mil mineiros perderam seus postos de trabalho sob o governo dela.
Sua peculiar concepção de justiça social implicava em reduzir os impostos para os ricaços, bancos e corporações, e aumentar os impostos sobre a população. Foi apeada do poder depois da rebelião popular contra o “poll tax”, uma espécie de IPTU por cabeça que ela criou, e que levou seu próprio partido a optar por defenestrá-la, para sobreviver. Também foi Thatcher que deu a partida à desregulamentação selvagem do sistema financeiro e à apologia da ganância, que acabaria dando no colapso de 2008. Ao lado de Reagan, promoveu todo tipo de retrocesso no planeta e não escondia seu apoio ao ditador Augusto Pinochet. Também foi contra as sanções ao regime do apartheid sul-africano, e considerava o CNA “terrorista”.
A.P.
Fonte - Hora do Povo
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